quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Aquele Querido Mês de Junho

Junho de 2009 foi de facto um mês incrivel. Esta coisa de chegar a Dezembro e estar a recordar Junho faz-me sentir odiosamente velho e gasto é um coisa terrivel, mas à falta, não do que escrever, porque ideias não faltam, mas de saber como o escrever fico-me por estas notas em jeito de memórias.

Nesse reínicio do tempo quente, tão ou tão pouco genialmente coincidente com o fim da época estudantil surgiram aqui, e este aqui é a net, a blogosfera, um monte de blogs novos. Foi o Miguel que começou (e diga-se foi o único que soube manter o seu blog sempre fresco e viçoso), o Chico seguiu-se, eu segui o Chico e descobri que não éramos os únicos. Nestes três blogs, e sim esta é a minha amostra, os posts de Junho superam inequivocamente as dos outros meses.

Aos blogues por muitos outros méritos que tenham, e têm, atribuo a suprema virtude de permitirem organizar ideias. É uma beleza. Vem-se aqui escreve-se umas cenas e de repente, quando queremos passar para o papel, chame-se papel a isto vá, toda aquela barafunda mental que se desenvolve como um verdadeiro ser vivo (qual lixo da sala da CP) tem de se desfazer, de se agrupar, categorizar, rever e fica tudo direitinho. E já diz a minha avó "é preciso ter a cabecinha no sítio".

Portanto agora que já se passaram meses e meses de estagnação (a nível bloggista entenda-se, de resto foi um semestre em tudo preenchido e notável) talvez a nhanha mental esteja pronta a ser passada a regra e esquadro. Assim, como aqui em Portugal se invoca o espírito de Abril, qual Tágide camoniana, para tudo e para nada

eu invoco em solta prece
o senhor que ensextece
que me permita cantar a grande e imensa feze
que em minha mente jaz e apodrece.