segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cenas (I)

. Carlos Paião


. janis joplin


. Os Senhores do Norte Bernard Cornwell


. O Cavaleiro da Morte Bernard Cornwell


. Bob Dylan canções (os 2 volumes), 30 eur cada


. Zeca Afonso : Textos e Canções, 15 eur


. off with their heads, kaiser chiefs


. cursos online


. maria rita


. PJ HARVEY


. 'There are too many women in your life Jack... I know, but I can only forget a woman after crying and fucking with her.'


. 'You should be happy now Jack everything is just the way you want. That must be why I feel so



. Azulejos!


. E quando tudo corria exactamente como ele queria as coisas perderam o sentido.
. Terra Preta


. Filme 'Lost city' cuba linda: http://br.youtube.com/watch?v=1E59TYSET50&feature=related


. Gipsy Kings


. Arlo Guthrie- Alice's Restaurant


. Filme Amazing Grace


. 'After a while you learn the subtle difference between holding a hand and chaining a soul, and you learn that love doesn't mean learning and company doesn't mean security. And you begin to learn that kisses aren't contracts and presents aren't promisses. And you begin to accept your defeat with your head up and your eyes open, with the grace of an adult, not the grief of a child. And you learn to build all your roads on today, beacuse tomorrow's ground is too uncertain for plans. After a while you learn that even sunshine burns if you get too much. So you plant your own garden and decorate your own soul, instead of waiting for someone else to bring you flowers. And you learn that you really can endure... That you really are strong, and that you really do have worth.' Veronica A. Shoffstall


. Jose Marti!!


. And then he just said : I don't wanna be Jack anymore, I want to reborn and be everyboby else.


. Jack, keep trying you will get it! I find trying to be almost he same as failing baby...


. Hear what I say, one day you'll rule the World Jack... My only dream is to be a farmer, be Lord and king of my seeds.


. Dialética


É claro que a vida é boa

E a alegria, a única indizível emoção

É claro que te acho linda

Em ti bendigo o amor das coisas simples

É claro que te amo

E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste...



Vinicius de Moraes


. A comida e das coisas mais insignificantes, desde que a tenhamos em abundância.


. A noite e escura mas e nela que vemos as estrelas.


. Jack devias aproveitar para reflectir... Quando me sinto inclinado a faze-lo olho para um espelho antes que seja tarde de mais. Reflectir e sempre bom acho eu... As vezes estamos feios ou ha pouca luz.


. But Jack you could have saved the World today! I know but I was too bussy. Jack!! Too bussy doing what?? Too busy thinking about saving the World...


. O ainda e uma palavra grande demais para o tempo que dura.


. Look it's raining Jack. No no no, the clouds are all inside my head.


. There's something wrong about you Jack... I know, I found I still have things in me that are right.


. Jack, don't you feel an hunger to become more, to become better, to do great things, to be gigant? I do, and that's what makes me feel so so small...


. Buzzin' - Shwayze


. Server 5. Kirjavedix


. finalmenteummaildecente@gmail.com


. Instead- Madeleine qualquer coisa


. Retserrof: dasinterwebs@gmail.com


. Eu adoro o Sol porque não há nada como uma boa sombra.


. Passion Pit


. E-books reader


. marikki007@hotmail.com


. miguelteixeira.mail@gmail.com


. Parede de cortiça


. Eu não, nao esperes nada de mim nunca para nada em tempo algum, considera.me o zero absoluto no conceito fisico-quimico do termo.


. Jack what are doing with all those papers? -I'm a rebel looking for a cause.


. "because I believe we can be extraordinary together rather than ordinary apart"


. Aquarela do Brasil Disney - http://www.youtube.com/watch?v=9JBq4VEBFq4


. Viagem a Portugal - José Saramago


. Jorge de Sena


. PITANGAS


. “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. – Antoine de Saint-Exupéry



. SOL!!


. Jack what's the matter with you? Can't you see? I flew so high and now I can't live so low...



. Friska Valjor http://fidosofices.blogspot.com/2009/06/arpeggio_24.html


. http://caderno.josesaramago.org/


. Nuno Lean


. John Butler Trio


. Firmin - Sam Savage


. "Aptece-me pinar e ameixas verdes"



. high tide or low tide - http://www.youtube.com/watch?v=Zh6w_Z-FTlU

. Mother Nature Network http://www.mnn.com/

. http://www.nature.org/?src=t1

. http://www.thevenusproject.com/index.php

. Quizas, Quizas, Quizas


ALVORADA!


Acordai camelos! Acorda camelo! Sai dessa letargia, dessa pena melada de ti mesmo, dessa rendição às coisas. Deixa de dizer que não consegues, que tudo é mais forte que tu, que não podes nada e que os Deuses conspiram contra ti. Deuses são como autoclismos de 24 quilates, são muito bonitos mas só servem para não veres a merda que fazes! Deixa-te de desculpas. Deixem-se! Quem vos enchesse todos de porradona, era o que mereciam seus ratos de merda!

O Mundo está aí todo, as pessoas estão aí todas, as regras não mudaram nem tu deixaste de saber jogar. Acorda palerma! Acorda morcão! Levanta-te e olha a vida nos olhos, pega-a pelos cornos! Nao sejas tu o corno! Acorda rapaz! Acordem Rapazes! Já chega de ser murcho, não tens orgulho filho da puta? Já não sabes o que és, quem és, de onde és? Lembra-te disso e ergue-te ao teu nível! Se te visses como estás agora há um mês atrás cuspias-te na cara e rias-te de desdém! É isto que queres de ti? Idiota! Sempre a dizer que não consegues! O que é que te deu? O que é que vos deu a vocês todos, cambada de cabroezinhos literados incapazes de enfrentar seja o que for? É muito dificil? Não estão habituados?? Não e o que querem?! Entao lutem foda-se! Mudem tudo! Mostrem que os têm, porque não é quando tudo é facil que são precisos, agora é que hay que tenerlos! Seus homens e mulheres baixinhos, aí a lamuriar baixinho, vermes fecais...

Olhem para mim. Olhem! Agora levantem a cabeça e vejam tudo o resto. Vejam tudo o que vos dói, tudo o que vos custa, tudo o que não têm e queriam ter, tudo o que não vos dão, tudo o que falham e não conseguem. Viram tudo? Entao agora riam-se xD xD xD riam-se de tudo e depois sorriam =D =D =D. Viram? Agora tirem-me essas caras remeladas, parecem vacas tristes ou o caralho! Sorriam para tudo isto porque tudo o que não têm é o que ainda podem alcançar. O resto... o resto não tem piada, já é vosso...

Perceberam esta porra? Não se atrevam, ouviram? Não se atrevam a chorar misérias, a lamentar ninharias. E que sejam coisas grandes! Olhem para o relógio vejam lá se ele pára enquanto choram. Entao tenham vergonha! Sejam Homens e Mulheres pa! Paspalhos...

Que este seja o vosso, o teu! toque de alvorada. Que sempre que te lembres de deixar de se ser tu, tu ou vós todos, e passes a ser esse jarro de porcelana rafeira que qualquer vento parte venhas aqui ler isto! Seus cães miseráveis, asnos amedrontados! Suas amibas amorfas! Ah que raiva me dão!! Usem ao menos isto para vos dar força não para chorarem o que não são! É preciso força e sorrisos pa! Foda-se! E Sol às vezes também... Façam-no! E tenham vergonha de não o fazer seus fracos de piça. Seus piças saltitantes!

Bem meus senhores, é agora, está na hora de acordarem, chegou a alvorada.

sábado, 27 de junho de 2009

Leve

Eu queria ser como tu, Leve!
Queria viver na certeza de não ter
algo certo para ser.

Pairando alegremente sobre a vida,
suportada pelo teu encanto,
estás surpreendentemente escondida
para quem consegue ser tanto.

Parecendo leve, insignificante,
só uma brisa a passar,
Leve, carregas um Mundo,
mas para ti é só ar.

Olhar misterioso, riso seguro,
numa leveza quase sonhada,
Leve és tudo,

quando pareces ser nada.


Inicialmente escrito para Mariana Alface algures no Inverno de 2007

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Shall we dance?

Idealmente esta era uma mensagem que ele mandava depois do ensaio (sim ele tinha voltado a ensaiar, e isso fazia-lhe bem, dava-lhe confiança) enquanto ia para casa e enquanto imaginava que ela se estava a deitar mesmo ainda faltando muitas horas para isso. Ele gostava de imaginar que tudo se passava assim.

A mensagem era para ser lida apenas por uma parte dela. E que parte! A parte que queria ter tardes nos cafés a conversar e a falar de tudo e mais alguma coisa, a parte que o queria no quarto dela, perto dela, junto a ela, colado a ela, ele e ela. Era para a parte que queria passar noites com ele, viver o mundo com ele, aprender com ele, ser com ele, para a parte que queria ser mulher dele, amiga dele, companheira de ele, e nunca deixarem de ser ela mesma e ele mesmo.

Foi escrita, a mensagem, para a parte dela para quem o "bem" já não chegava, para a parte dela com quem ele queria dançar até acabar a noite e o dia e que houver pelo meio também. Era para essa parte porque ele e ela entendiam-se em tudo, eram bailarinos experientes de um tango que só eles sabiam dançar mesmo nunca o tendo feito. Ele não o sabia, mas sentia-o como se o visse. E a verdade é que via. Tantas vezes durante o dia não a via ele na sua imaginação? Não se deitava ele tantas vezes a pensar como aquele sorriso lhe tinha salvo o dia? E que dias! Nao sentia ele a falta dos poucos dias, horas talvez, em que tinham comungado de um desejo comum? Não que o desejo se tenha perdido. Oh não! Estava tão vivo, em cada gesto contido, cada desvio de olhar, cada não, estava escondido todo o desejo, a vontade de quebrar as barreiras inventadas e juntar pelo corpo o que já estava unido pelas almas.

Mas não existia apenas esta parte dela, havia também a outra, de que não vamos falar nesta história, e a outra apenas disse: "Pensei muito, e é melhor assim, sem nada". A parte que ele amava ainda ensaiou um "mas eu gosto de ti...", mas tudo o que se ouviu um "É melhor assim, não insistas. Por favor". Esta parte não sei explicar muito bem, nem ele sabia quanto mais eu. Ele disse-lhe só "Eu gosto de ti! Acho que não percebes, mas tens o mundo ao contrário..." e foi-se embora, na esperança que ela o agarrasse e não o deixasse ir. Nao o deixasse e lhe dissesse, lhe dissesse que tudo tinha sido uma parvoíce, um medo de arriscar, uma insegurança qualquer, que já tinha tudo passado, que estava tudo bem e que estava Sol. Sol! Por que ele e ela só se imaginavam ao Sol, Sois de Verão. 

Mas ela não veio. E ele foi. 

E assim, ele seguiu com a vida dele e ela com a dela. Um dia já não se viam há anos e anos, quando estavam a arrumar uma caixa velha de recordações, um ou outro, tanto faz, encontraram um bilhete: "Vamos dançar? :D". Levantaram-se, cada um ao seu ritmo, à sua maneira, lá no canto do mundo onde tinham ido parar, e lembraram-se de tudo e cada um deles perguntou para si, baixinho, com vergonha da resposta:


Porque é que não dançámos?

1h

Falta uma hora, as sete saio de casa e vou a pé até à rotunda para apanhar boleia para o treino de onde volto cansado mas feliz. Cansado mas feliz podia ser o lema deste ano não fossem as épocas de exame. Nessas não me canso, pelo menos não no mesmo sentido, nem sou feliz. Não sou nada aliás.
Falta uma hora, uma hora inteirinha e já decidi que não estudo mais. Já chega, já estudei o apropriado para um dia cheio de Sol e com brisa agradável, acho até que já estudei demais para um dia destes. E também já lanchei.
Cinquenta e oito minutos. Os deuses ou lá o que são não prestam. Passo um ano a queixar-me da falta de tempo, de como queria fazer isto e aquilo, de como queria dormir (quanto eu gostava de ter tido mais uma hora de sono às quintas!) e agora é que me dão tempo! Sacanas, haviam todos de morrer, morrer sendo humanos primeiro e tendo humanos a controlar o seu destino como eles nos controlam a nós. Sacanas!

O estudo definha-nos. Ou pelo menos este tipo de estudo. Ou talvez a culpa seja de mim ou do meu método. A questão é que me sinto a definhar a cada dia. Como um homem enterrado vivo, cada dia mais seco, mais magro, mais sugado, mais morto. Agora nem sei o que fazer com uma hora, uma hora!, toda só para mim. Fico na cama onde estava a estudar a olhar para as paredes, desapegado de tudo, desinteressado por tudo, cativado apenas por memórias de outros tempos. Sim por que isto dos exames dura um mês, mês e tal, mas eu pelo menos, entro numa dimensão espacio-temporal pararela onde cada movimento, pensamento, desejo (ainda os terei?) duram éons, e vemo-nos e sentimo-nos esgotados a cada repetição.

Porra para isto tudo, ainda há uma semana estava tudo tão belo. Não dirias pois tu, Rafa, que estava tudo tão belo? Estava não estava? Eu também acho que sim.
Agora não sei o que fazer com uns malditos cinquenta minutos. Por que eu faria qualquer coisa, noutro dia, noutra situação, estivesse eu de férias e até os mandava, vá jogava, fora a a ver televisão e programas da tarde ou a apanhar Sol com música. Mas agora não. Ler não. Televisão não. Estudar...esqueçam. Passear não. Lanchar já está. Conversar? Mas com quem??, isto do estudo é uma vala individual, bem melhores seriam as comuns ao menos tem-se com quem falar. "Então como vai a senhora? Eu já tenho a perna toda carcomida de bicho e a senhora já resolveu o problema dos escaravelhos no cérebro? Essa minhoca ao pescoço fica-lhe tão lindamente, combina que é uma beleza com os restos de pele seca! A minha Maria noutro dia apareceu-me com um fígado pobre que até dava vontade fritar". Ah eram tão melhores as valas comuns. Mas não.

Tou farto desta porra toda e ainda não fiz nada. Tou demente e ainda me falta quase um mês. Um dia sem ver gente e dou em doido. Acho que quem problemas de escaravelhos sou eu, mas de qualquer maneira já só faltam quarenta minutos por isso sinto-me muito melhor.

Acho que tenho de destacar que a importância de aprender informática médica é a de comuncar com os informáticos que criam os nossos sistemas médicos. Eu não os conheço mas aposto que os vou impressionar com os meus conhecimentos de encriptação de dados e sistemas de apoio à decisão. Ah, e sabiam que o olho humano não detecta contrastes (ou seja não sabe quando está na presença de trastes) abaixo dos 3%? Fascinante mundo da introdução à medicina.

Tou completamente, mentalmente, incontrolavelmente e irritantemente descompensado.

Pronto é isto.

35 minutos nada que não se aguente... E ainda não justifiquei o texto.

sábado, 20 de junho de 2009

Solstício de Verão

Sou um Guardador de Rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.




Alberto Caeiro



Let's Make Love


Hoje não me aptece fazer mais nada.



quinta-feira, 18 de junho de 2009

Conversas

Hoje quero falar de de rituais. São tão importantes! 

Quero falar de todas as promessas que se quebram quando crescemos e por que crescemos. 

Quero falar de como podemos fazer pessoas felizes.

Quero falar de como podemos acabar com pudores.

Quero falar de como podemos ser mais justos.

Quero falar de como podemos ser melhores.

De como seremos extraordinários

Falar de sonhos e projectos.

Quero falar de activismo.

Quero falar do sol.

Gosto tanto de girassois!

Quero falar de como podemos aprender a descascar pêras maduras sem ficarmos todos cagados.

Quero falar de política, de economia, pedagogia, religião, artes, lugares, pessoas, experiências.

Quero falar de como seremos salvos pela tecnologia.

Quero falar da culpa que persegue e comanda.

Quero falar dos sorrisos que alegram e dão paz.

Quero falar de como esta lista não tem fim.

Quero falar de um futuro improvavél.

De um provável também.

De todos os  possíveis!

Quero falar de como odeio Blink e não deixo de ouvir.

Quero falar de blues e de reggae e de folk.

Quero falar da vergonha que prende.

Quero falar de coisas que conheço mal.

Quero falar de coisas que conheço bem.

Quero falar de todos os que conheci.

Quero falar e ter-te a ouvir.

Quero falar de listas, de coisinhas incontáveis e das pessoas que as fazem.

Quero falar de bilhetes e promessas que iluminam dias.

Quero falar de coisas que não sejam vulgares.

Quero falar de coisas vulgares sem ser vulgar.

Quero falar de rebuçados para a tosse que dão dores de garganta.

E de tardes na relva que valem milhões.

Quero falar de gente que depois de morte ensina mais do que viva,

Quero falar de quintas, de plantas e de agricultores simples e bem dispostos.

Quero falar do que quero de ti.

Quero falar de um mundo que não existe.

Quero falar de um mundo que não sei se existe.

Quero falar deste mundo.

Quero falar dos pêssegos do quintal e de como cheiram bem.

Quero falar de algo que as pessoas gostem.

Quero falar de algo que nem todos gostem.

Quero falar de Portugueses, Europeus e Mundiais.

Quero falar dos dias cinzentos de chuva.

Quero falar das ideias que as pessoas têm.

Quero falar do que as pessoas falam.

Quero falar do que ninguém fala.

Quero falar de como todos são de quase todos.

Quero falar de chaves de encriptação.

Quero falar do bem.

Quero falar do mal.

Quero falar do que não é bem nem mal, mas que é quase tudo.

Quero falar de casas de banho, de salas, de quartos e de casas.

E onde nos sentimos em casa sem ser casa.

Quero falar de sítios onde se ensina e se aprende.

Quero falar de sítios onde se nasce e morre.

Quero falar de todos os sítios entre os dois acima.

Quero falar de como se complica tudo.

Mas de como tudo é simples!

E quero falar de todas as tardes em cafés.

E das conversas que prometi para a eternidade.

Hoje quero falar como o Exupery.

Hoje quero falar de rituais.



Um dia quero saber falar de tudo o que está acima.

E no fim, quero não ter falado de mais.


Este blog é um ritual.



PS: depois de ter publicado isto não pude deixar de reparar como todo este texto parece, visualmente, uma sucessão de vaginas sobrepostas.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Extraordinário


Há quem escreva melhor nos dias de emoções, quem, toldado pelo vendaval de sentimentos, sinta brotar de si toda uma torrente de palavras ditadas por que vozes ocultas e que produzem as mais extraordinárias composições literárias já vistas. 

Hoje não é o caso. Não sei o que dizer, e confundem-se-me os conceitos as ideias e é quase impossível dizer o que quero. Vou ser breve.

Hoje só quero ser uma coisa simples e bem definida. 

Ser tão extraordinário como um sumo de laranja e uma sprite com limão às sete da tarde.




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Aprender a confiar

Estive quase quase a escrever uma entrada de seu nome "redenção" que trataria do problema que a História trás às nações. De como era bom que se perdesse um pouco do amor à memória passada e mais se ganhasse mais aos projectos correntes. Isto a propósito da constante atribuição de culpas passadas entre líderes que eram ainda recém-nascidos na época da ofensa. Acontece com os EUA, com a Rússia, com o Irão, com Israel, enfim acontece em todo o lado esta desconfiança sistémica que só nos impede de seguir em frente. Diz o nosso povo com todas os seus defeitos e sabedoria suada que águas passadas não movem moinhos, soubessem os grandes desse mundo ouvir às vezes a sra Genoveva de São Mamede de Ribatua e não se andavam aí a matar que nem tolos.

Ia eu a arrancar para minha escrita quando me deparei com uma pérola de um homem com quem não simpatizo muito, mas pareceu-me apropriado. Brindo com as palavras dele à sedução pela paz. Que bom nome para uma ONG...

"Que se passa para nós no domínio musical? Devemos em primeiro lugar aprender a ouvir um motivo, uma ária, de uma maneira geral, a percebê-lo, a distingui-lo, a limitá-lo e isolá-lo na sua vida própria; devemos em seguida fazer um esforço de boa vontade — para o suportar, mau-grado a sua novidade — para admitir o seu aspecto, a sua expressão fisionómica — e de caridade — para tolerar a sua estranheza; chega enfim o momento em que já estamos afeitos, em que o esperamos, em que pressentimos que nos faltaria se não viesse; a partir de então continua sem cessar a exercer sobre nós a sua pressão e o seu encanto e, entretanto, tornamo-nos os seus humildes adoradores, os seus fiéis encantados que não pedem mais nada ao mundo, senão ele, ainda ele, sempre ele.
Não sucede assim só com a música: foi da mesma maneira que aprendemos a amar tudo o que amamos. A nossa boa vontade, a nossa paciência, a nossa equanimidade, a nossa suavidade com as coisas que nos são novas acabam sempre por ser pagas, porque as coisas, pouco a pouco, se despojam para nós do seu véu e apresentam-se a nossos olhos como indizíveis belezas: é o agradecimento da nossa hospitalidade. Quem se ama a si próprio aprende a fazê-lo seguindo um caminho idêntico: existe apenas esse. O amor também deve ser aprendido."

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

domingo, 14 de junho de 2009

Facções ao som de blues

Na minha passagem por Titulia, como já antes referi, pude aprender bastante e de entre outras coisas assisti a várias discussões entre americanos sobre a sua constituição. Eu duvido que a maior parte de nós Portugueses conheça a nossa, mas eles lá nos States conhecem-na adoram-na e conseguem debatê-la de uma forma assustadora, ou admirável. Tenho de reconhecer que depois de uma pesquisa rápida na wikipédia, essa grande fonte de conhecimento que consulto regularmente, é fácil ganharmos algum apreço aos velhinhos Founding Fathers, que no fundo e simplificando o que entendi, foram os homens que participaram na independência americana e na formulação da constituição. Por muitos defeitos que eventualmente lhes possam apontar, eu não conheço nenhum neste momento, partilho com eles a ideia da associação de pessoas em torno de um objectivo maior que é alcançado. Acho que o pólo aquático criou em mim o misticismo do grupo e da equipa.

Bem mas isto vem a propósito de quê? É que hoje perdi-me em blogs e jornais e fóruns a ler o que diziam os Portugueses das coisas do mundo e do país, desde os mais anónimos até àqueles que escrevem livros e comandam partidos.

Foi tal o estado de desilusão em que fiquei que tive de por uns blues a tocar. Ao som de blues até as maiores desgraças humanas ganham uma dimensão de beleza trágica. As palavras que uma vez li em Titulia a propósito das facções vieram-me à cabeça. Acho que foi Madison que avisou para o perigo das facções dentro da República e depois explicou como esse perigo devia se combatido. Pelo que percebi dos americanos, e nisto sim tiveram mérito, a sua constituição não prevê partidos, não os refere. Claro que agora vivem numa situação de dois partidos, mas este post não visa a política ou a história americana, isto serve apenas para citar o aviso de Madison quanto às facções definidas por ele como: "...a number of citizens, whether amounting to a majority or a minority of the whole, who are united and actuated by some common impulse of passion, or of interest, adversed to the rights of other citizens, or to the permanent and aggregate interests of the community."

Ora na minha deambulação blogosférica o que encontrei foi um mundo tribal, um qualquer jogo de estratégia cheio de pequenas naçõeszinhas prontas em lutar por só por si e fazer guerra às vizinhas. Isto há blogs de direita que falam mal de tudo, blogs de esquerda que de tudo falam mal e blocos de centro que não falam bem de nada, mas falam. Os advogados só falam de saúde, os médicos falam de leis, quanto menos se sabe mais se fala. Fosse o turbilhão de palavras e teorias apagar o desconhecimento das coisas e viveríamos bem melhor pelos lados lusos. E, pelo que hoje li seria de pensar que a Etiópia nos ultrapassou em todos os índices de crescimento. Depois é tanta parcialidade, ai de nós! Ai a parcialidade, a tendenciosidade, o partidarismo, o facciosismo! Morram todos pum! PUM! PUM! PUM! PUM! Oh baby shot them DOWN!

Desculpem mas já me sinto muito melhor. Dizia eu, vivemos mergulhados em pequeninos enclaves, algumas até individuais que sobrevivem apenas no "bota-a-baixo". Se me permitem, deixei de acreditar em alguém até analisar bem a sua biografia completa. As pessoas não sabem ser isentas porra. E sem isenção, deixa de haver coerência e sem coerência não há coisa nenhuma. A direita diz que a culpa é de um governo de esquerda, a esquerda diz que a culpa é de um governo de centro, o governo diz que a culpa é da conjuntura, que no fundo está tudo bem, os monárquicos dizem que nunca estivemos tão mal e que "Sua Alteza Real Dom Duarte de Bragança" é que vai pôr tudo na ordem. Deus nos valha! Ou deuses ou os espíritos da montanha ou o que seja!

Não pode a direita admitir que tem culpas, a esquerda que culpas tem e governo que fez coisas boas e más? Não podem os pessimistas propor soluções, os optimistas mostrar trabalho e os monárquicos cortarem na numismática de Sua Alteza? E já que estamos numa pedir, não podiam o Vasco Pulido Valente e o Miguel Sousa Tavares fazer menos barulho a brincar aos senhores crescidos que (eles é que) sabem das coisas?


Não estamos já todos fartos de novos semi-deuses?

Valha-nos o blues. E já agora o reggae.




sábado, 13 de junho de 2009

Shame on me

Hoje tive vergonha de mim. Não foi aquela história de sair à rua e ver que o cabelo está todo despenteado, aliás coisa impossivel desde a última ida ao barbeiro, foi um repúdio mais profundo e intenso.

Estava a ler umas notícias no Público, hoje calhou ser isto, quando vi um anúncio a um blog sobre a vida de estudantes do secundário durante a preparação para os exames nacionais. Fui ver.
Mas bem o que era aquilo? Haveria há volta de uns seis posts e em cada um deles não faltava a alusão à dificuldade da empreitada a que se propunham e todas as dificuldades que encontravam na matemática, economia, biologia, fisíco-química e português. Soou-me tão mal, tao à tia de cascais, tão à menina mimada que tem média de 20 e ainda assim gosta sempre de dizer aos outros "ai sabe não sei se vou passar nos exames, estou tão ralada". Para mim as tias dizem sempre "ralada". Ainda havia aquela, ai cóitada, que ia para o Alentejo e que já não ia estudar nada.
Mas isso é como o outro, para que é que um arrogante aluno da faculdade, e logo de medicina!, quer saber da ralé juvenil? So com mini-saias e no La Movida. O verdadeiro problema é que todo aquele muro de lamentações, que senti tão triviais e fúteis, me lembraram o meu próprio relambório de queixas e tristezas que alguns hão-de conhecer melhor que outros. Às vezes perdemos a noção das coisas, não fazemos aquela relativização do sistema que deviamos e ficamos subjugados à mais ridícula das dificuldades. Mas que raio, se não se passar, se se chumbar, se se falhar, não nos vão dar chibatadas como noutros lados tão communmente se faz! Às vezes até eu me esqueço disso.
"Que nojo de mim me fica. Ao olhar para o que faço!"
Existem aqueles dias em que todos, por um motivo ou por outro, damos conta que não somos um menino de África com fome (todos se sabem que não se deita comida fora por causa deles) nem um desgraçado da Coreia do Norte, nem sequer um agricultor com vinte filhos a trabalhar de sol a sol. Hoje é um destes dias. Hoje, amanhã não posso prometer, não me vou queixar de mais nada. Vou estudar sem resmungar por que eu é quero passar,vou lavar a louça, vou ser simpático com as pessoas, dar uma esmola se for à rua e escrever 500 vezes:
Eu não vou ser um palhaço dos morangos.
Eu não vou ser um palhaço dos morangos.
Eu não vou ser um palhaço dos morangos.
Eu não vou ser um palhaço dos morangos.
Eu não vou ser um palhaço dos morangos.
...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

República de Titulia

Estava a cozinhar quando abri o meu mail e vi mais uma mensagem de Titulia sobre as suas eleições presidenciais. Dois candidatos quase desconhecidos meu deus! Ora mas quem é que sabe o que é Titulia? Este novo site, que encontrei quando procurava algum jogo de simulação política ao estilo de Democracy, pretende ser uma República virtual, um dia gostava de perceber se República se escreve mesmo com maiúscula ou se é só mania, na qual existem eleições, partidos, debates, propostas sujeitas a aprovação pelos cidadãos, enfim algumas coisa. O conceito, pelo menos aos blogs que vejo por aí tem um enormícimo potencial, não falta quem queira escrever o que lhe vem à cabeça e propôr um sem número de medidas e reformas que num estantinho punham tudo na linha. Titulia é o espaço deles. Mas também foi, e talvez possa voltar a ser, um dos meus. Justiça lhe seja feita, é um espaço cheio de oportunidades de aprendizagem. E, só por isso, já merece todo o apoio e simpatia, coisas que, nos dias que correm, são um bem em grande míngua.
Eu tenho bem guardado dentro de mim, naquele espaço interior que todos nós vamos construindo e onde a modéstia não cabe, que daria um bom ministro de qualquer coisa ligada ao ensino. Não me levem a mal a ousadia, mas a quem facilmente admite que não dá para a cozinha, a prova está na sopa queimada há cinco minutos, também se dá espaço para que tenha jeito para alguma coisa. Ora uma das coisas que eu faria nesse suposto cargo era criar uma Portulia, um nome rasca para esta ideia que quero crer tão boa. Ora citemos as virtudes pedagógicas de Titulia. Fala-se em Inglês, discute-se política e todos outros temas relevantes, participam pessoas de todo o mundo de todas as opiniões e níveis de conhecimento, precisa-se de capacidade empreendedora para desenvolver projectos internos, desenvolvem-se conhecimentos em várias áreas e a pouco e pouco vai crescendo um interesse por estar actual e ir participando. Em tudo isto eu vejo um excelente método de aprendizagem.
Agora não tenho tempo para ir lá, e também aquilo está de tal maneira que só um golpe de estado, execução de metade da população e repovoamento intensivo é que davam contam daquilo. Mas fica a brilhante ideia à espera de uma concretização bem melhor e com bem mais resultados.

É verdade, eu também tenho um sonho.

PS: para os curiosos, interessados e afins aqui fica Titulia.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Janeiras atrasadas

Pudesse sair pelo mundo, cantando alegre as janeiras a cada porta iluminada, a cada casa que mantivesse ainda acesa uma candeia à porta. Ser pastor de luzes e músicas perder-me monte dentro, encontrar paraísos sem fim e voltar sempre como quem regressa a casa com fome depois de uma grande viagem. Pudesse cantar as janeiras alegremente e todos os meses haveria um dia de Reis, haveria pessoas felizes a lareira e coisas bonitas para serem ditas. Pudesse eu viver a cantar as janeiras e o mundo mudaria finalmente.


Acontece que estou a estudar.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

O 10 de Junho pelo neo-euro-linguo-espirito-culturo-socio-tolero-ambiento-pan-nacionalismo



PRECE

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a occultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ancia –,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distancia –
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

F. Pessoa

European Dream

Ele tinha nascido numa cidade média, filho da classe média, pai nas finanças, mãe professora, tinha dois irmãos e um cão. Em pequeno andou num infantário, seguiu-se um grande ciclo nas escolas públicas. A educação é a base de um homem dizem. Completados os anos básicos seguiu-se o ensino secundário.

Aí desenvolveu o interesse pelas pessoas, pelas outras linguas e culturas, envolveu-se nas associações de estudantes. Começou aí a ver que o mundo não era tão simples, que havia problemas, que existiam ideias contraditórias, que existiam soluções.

Seguiu-se a faculdade, queria novas experiências, conhecer o mundo. Fez novos amigos,

conheceu estudantes estrangeiros, falou com eles, também europeus, ficou curioso e quis saber como era viver noutro lugar. Apanhou um comboio e foi descobrir.

Nas suas viagens teve tempo para aprender cinco linguas novas, estudou política, direito e economia, medicina e religião. Foi a bares e discotecas, heteros e algumas gays, conheceu todos os monumentos, percorreu todas as ruas, falou com todas as pessoas que pode, ganhou-lhes respeito e foi respeitado pela sua simpatia e tolerância. Correu o Norte e o Sul, o Ocidente e o Leste, metro, comboio, autocarros foram para ele o quarto, a sala e o escritório.

Numa qualquer capital estrangeira com sotaque diferente da sua, encontrou alguém que o prendeu, alguém com sonhos e grandes planos como ele, alguém com desejo de saber mais e ver mais. Amou-a e lá acabou o curso.

Seguiu-se um regresso à terra, à sua cidade, agora tão acolhedora. A mãe recebeu-o a chorar, o pai, a custo, conseguiu evitá-lo com um abraço do tamanho do mundo. Descansou, aproveitou as mordomias de casa, mas já não era capaz. Parar era morrer, havia tanto para fazer!

Quando se vive no Mundo, nunca se deixa ninguém para trás, ele é redondo. Mais uma vez fez das carruagens casa e começou a organizar as suas ideias. Queria dar ao Mundo tudo o que ele lhe tinha dado. Uma consciência colectiva invadiu-o e teve necessidade de ser bom, de fazer bem, de procurar a excelência.

Decidiu juntar os amigos que tinha feito por essa Europa, tão diferentes, tão complementares. Arquitectos, padeiros, médicos, jornalistas, matemáticos, donos de bar, empresários, informáticos, músicos, escritores, toda uma juventude como ele, crescida entre nações e culturas, criada na tolerância e no entendimento. E assim se juntaram em consílio com o objectivo de mudar algo. Pensaram, estudaram, foram procurar a todo o lado, reuniram e reuniram, falaram com mais gente e finalmente estavam prontos.

Criaram um movimento, iam mudar a Europa. Eleições após eleições, aquele grupo, tão eclético, tão díspar nas suas origens e personalidades, foi-se fortificando. Tornaram-se numa força credível, os jovens europeus que acreditavam no potencial de todos. Ganhando aqui e ali, foram escrevendo artigos, fazendo filmes admitindo mais pessoas no seu seio. Um dia quando repararam eram mais de cem, a pensar, discutir, pintar, cantar escrever e realizar. As pessoas que os viam assim numa actividade tão intensa e com tanta certeza do seu rumo queriam juntar-se-lhes e assim foram crescendo.

Em toda a Europa se ouviu falar neles e jovens e mais velhos ganharam novo entusiasmo, e aplaudiram e ficaram atentos aos rádios e televisões e escreveram blogs e fizeram sementeiras e foram trabalhar com novo ânimo.

Eventualmente cada um se tornou o melhor na sua área, geração de ouro europeia, trabalharam e casaram, escreveram livros, alguns divorciaram-se, plantaram árvores, alguns foram morrendo, outros foram instruindo seguidores, foram mestres para discipulos interessados.
Foram o exemplo de muitas e muitas gerações que se seguiram, a Europa uniu-se sobre o seu legado, tiveram milhares nos seus funerais e honras de estado em todos os países.

Todos tiveram uma educação sólida, experimentaram a diversidade e a tolerância, conheram o mundo e as suas gentes, entraram no turbilhão de sensações que é a vida, aprenderam com tudo o que viram, levaram-se à excelência e viveram com a sabedoria de quem sabe o que quer e a alegria de quem sabe como o conseguir. Nunca foram excepcionalmente ricos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Benção


Procura-se alguém com sonhos altos. Alguém que veja mais e mais longe. Um ser capaz de inspirar os outros, de seguir firme com as suas crenças. Procura-se avidamente alguem em quem se possa confiar, que se possa seguir, pessoa imparcial, sem outros interesses para além do seu sonho maior de bem comum. Procura-se quem queira fazer bem a todos e não só a alguns, procura-se quem saiba guiar pessoas. Quem extraia o melhor delas. No curriculo deve contar com vários anos a extinguir guerras, várias almas recuperadas do abismo e um diploma em politica internacional. Salário atractivo com subsídio de deslocação.

Estão abertas audições para messias!

O mundo precisa de uma benção.



Saravá!

domingo, 7 de junho de 2009

Ronda Nocturna

São quase duas da manhã e não há nada para beber.


"One Hell of a Politician"




Aos quarenta minutos desisti de ver Portugal a tentar jogar futebol. Esta foi a minha segunda parte, e, como disse no fim o Queiroz, foi por ela que merecemos ganhar.


Ao Rafa:




Agora todos poderemos observar as semelhanças entre ressabianços.


Rebel Music


"-Jack what are doing with all those papers?"
"-I'm a rebel looking for a cause."

Live all soul rebels!


Não resisti

Não costumo ser destas coisas mas não resisti.

sábado, 6 de junho de 2009

As Europeias

Hoje foi dia de reflexão, não foi dia santo nem foi dia de alegria, foi dia de reflexão. E eu podia te-lo passado a jogar micado com esparguete que a diferença não seria muita.
É a primeira vez que voto e na primeira um gajo esforça-se sempre mais. Estive portanto bem atento a toda a campanha, cheguei a ouvir tempos de antena! e mantive-me ao corrente de toda a actividade política nacional. Bem podia ter ficado a txupar txiclas como se diz na minha terra. Mas de todo este meu esforço cheguei a algumas conclusões.

A política é talvez, a par com a religião, o mais arcaico sistema humano. Faz-se hoje política como há 1000 anos. Os regimes e toda a conjuntura são obviamente diferentes mas o modo de actuação do político é o mesmo. Em toda uma campanha não ouvi mais do que cinco ou seis medidas a que pudesse chamar concretas. Acabar com a crise, igualdade, crescimento, justiça, oportinidade, alguém chama a isto propostas?? Eu mudava o mundo assim com seis anos .

Demorei duas horas a procurar na net, pelos sites dos vários partidos e movimentos, os programas eleitorais para estas eleições. Nem todos os têm. A maioria é tão inexpecífica e perde-se tanto em retórica que uma aula desgravada de embriologia se torna apetecível. A política hoje é pouco clara, pouco científica eu diria, falta-lhe objectividade. Não há método, não há.

Bem estou-me a tornar chato e hoje está a chover.

É dificil que as campanhas sejam sobre medidas, e se são umas europeias que essas medidas sejam sobre a Europa? Poderiam os partidos distribuir panfletos com medidas a sério em vez de porém gabinetes a escrever retórica rasca?

Ao menos contratem os directores de markting do McDonalds!

PS: sou europeísta, euro-federalista, crente num european dream.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Todas as possibilidades



Existe à solta por aí uma brisa, a que alguns chamariam mágica e a que eu chamo cinematográfica, que parece inspirar momentos e pessoas. As multidões! Nunca se sentiram maravilhados com uma estação de comboios? Um aeroporto? Até uma paragem de autocarros? Que sitios... Milhares de pessoas, de destinos, de desejos, de ideias todas juntas nuns metros quadrados só. Todo o um mundo num lugar.



Nas estações tudo é possivel. Eu sinto-o.


É uma questão matemática. São tantas as variaveis que, se postas em contacto, o efeito é imprevissivel. Um dia o mundo será salvo num qualquer transporte público.


Atravessando todos os dias estações, há alturas em que sinto que o que me separa de uma aventura fantástica, de uma experiência sem igual, é apenas o pudor. Vivemos atolhados em pudor. Coisa terrivel o pudor. É ele que nos impede de ver a mais enfeitiçante mulher e de lhe dizer exactamente isso quando passamos por ela na rua. Impede-nos de perguntar por que raio é que aquele grupo de emos é um grupo de emos, de ir na rua e cumprimentar alguém apenas porque nos apetece. Quão encantador não seria para um qualquer intelectual virar-se para uma hippie sentada a um canto no chão, e assim, do nada, perguntar-lhe só: "O que achas do mundo?". Quantas hipoteses, quantas possibilidades não se abririam para ele, para ela, e, quem sabe, para o mundo?


Vivemos dentro de infinitos, uns maiores que os outros (novamente a matemática), e as nossas possibilidades púdicas são, diria, razoáveis. Agora tiremos o pudor. Falemos com o desconhecido com aquele ar estranho e intrigante, saciemos a nossa curiosidade, digamos a cada mendigo "um euro por uma história", arrisquemo-nos a conhecer o outro, o outro que nos fascina, que nos intriga e que nos atrai. Sejamos livres de pudores, livres de ser mais coisas, de ver mais e experimentar mais.Há nestes encontros casuais, nesta aleatoriedade total, visões da verdadeira existência, um toque mágico, ou cinematográfico, que nos eleva. E, de cima, vê-se sempre mais.




São nove da noite, na SIC dizem que morreu o David Caradine e eu hoje,só hoje, soube quem ele era às 11 da manhã. Também não sabia como acabar este texto.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O movimento/clube/grupo

Este movimento/clube/grupo não tem nome (1) nem um objectivo bem delineado (2), mas a sua razão de ser é fazer algo de bom (3). Este movimento/clube/grupo também não tem membros à altura em que este texto está a ser escrito, talvez os destinatários deste documento se tornem os primeiros.
O movimento/clube/grupo tem no seu próprio sub-consciente, dado que ele mesmo tem uma certa aura, ele é algo em si (4), um desejo de ecletismo, de excelência e de virtude (5), devendo, se levado ao limite, conduzir à Utopia real (6).
Neste momento ele não é nada, logo poderá a ser tudo, pelo que se pede alguma reflexão e busca interior no sentido de um certo comprometimento para com este ideal. Para além do ideal base de fazer algo de bom todo o movimento/clube/grupo assenta na teoria da equipa, em que várias pessoas com diferentes talentos, mas com o mesmo objectivo, criam uma massa amorfa passivel de ser moldada ao expoente divino.
Para os nascidos em noventa, a esperança média de vida é de 621960 horas, muitas das quais já idas a coçá-los, uns os próprios, outros os alheios. Chega portanto a altura, quiçá, de fazer algo maior.

De (1) a (6) a serem discutidos na primeira reunião do movimento/clube/grupo.

Jack