Existe à solta por aí uma brisa, a que alguns chamariam mágica e
a que eu chamo cinematográfica, que parece inspirar momentos e pessoas. As multidões! Nunca se sentiram maravilhados com uma estação de comboios? Um aeroporto? Até uma paragem de autocarros? Que sitios... Milhares de pessoas, de destinos, de desejos, de ideias todas juntas nuns metros quadrados só. Todo o um mundo num lugar.

Nas estações tudo é possivel. Eu sinto-o.
É uma questão matemática. São tantas as variaveis que, se postas em contacto, o efeito é imprevissivel. Um dia o mundo será salvo num qualquer transporte público.

Vivemos dentro de infinitos, uns maiores que os outros (novamente a matemática), e as nossas possibilidades púdicas são, diria, razoáveis. Agora tiremos o pudor. Falemos com o desconhecido com aquele ar estranho e intrigante, saciemos a nossa curiosidade, digamos a cada mendigo "um euro por uma história", arrisquemo-nos a conhecer o outro, o outro que nos fascina, que nos intriga e que nos atrai. Sejamos livres de pudores, livres de ser mais coisas, de ver mais e experimentar mais.Há nestes encontros casuais, nesta aleatoriedade total, visões da verdadeira existência, um toque mágico, ou cinematográfico, que nos eleva. E, de cima, vê-se sempre mais.
São nove da noite, na SIC dizem que morreu o David Caradine e eu hoje,só hoje, soube quem ele era às 11 da manhã. Também não sabia como acabar este texto.
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